31 de mai. de 2007

Porque Ler os Clássicos... 1


Porque ler os clássicos... Para entender e refletir que:

"A consistência e o odor do carvalho começam já a falar perceptivelmente da lentidão e da constância com que a árvore cresce.

O próprio carvalho assegura que só este crescer pode fundar o que dura e fortifica.
Crescer significa abrir-se à amplidão do céu mas também deitar raízes na obscuridade da terra.

Tudo o que é verdadeiro é autêntico somente chega à maturidade se o homem for ao mesmo tempo ambas as coisas:

disponível ao mais alto céu e abrigado pela proteção da terra que tudo oculta e produz."

Martin Heidegger.



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22 de mai. de 2007

Acantos



Qual é o indefinível
Encanto dessa idéia?
Essa mistura de acasos,
De quanto desperto
É minha nova consciência.

O sensual e o terreno
Do olhar que sonha
O etéreo desprender-se do chão.

Momentos fugazes e ligeiros
Vividos neste intervalo
Imperceptível,
Entre o expirar e inspirar,
Entre a sístole e a diástole
De um pulsar.


Foto e poema: Jugioli

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Hemingway e o tempo


Descascando Laranjas

Ernest Hemingway, o autor do clássico “ O Velho e o Mar”, misturava momentos de dura atividade física com períodos de inatividade total. Antes de sentar-se para escrever as páginas de um novo romance, passava horas descascando laranjas e olhando o fogo.
Certa manhã, um repórter notou esse estranho hábito.

“Você não acha que está perdendo tempo?”, perguntou o repórter. “ Você é tão famoso, não deveria fazer coisas mais importantes?”

“Estou preparando a minha alma para escrever, como um pescador prepara seu material antes de sair ao mar”, respondeu Hemingway. “ Se ele não fizer isso e achar que só o peixe é importante, jamais irá conseguir coisa alguma”.
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pintura: Aivazovsky

14 de mai. de 2007

Kafka manuscritos

"O ser na palavra
O ser na imagem"

Achados virtuais
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12 de mai. de 2007

Manuel Bandeira


Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público
Com livro de ponto expediente
Protocolo e manifestações de
Apreço ao Sr. Diretor.

Estou farto do lirismo que pára
E vai averiguar dicionário
O cunho vernáculo de um
Vocábulo.

Abaixo os puristas.

Todas as palavras sobretudo os
Barbarismos universais.
Todas as construções sobretudo
As sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo
Os inumeráveis.

Estou farto do lirismo namorador
Político
Sifilítico
De todo lirismo que capitula
Ao que quer que seja
Fora de si mesmo

De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela
De cosenos secretário
Do amante exemplar com
Cem modelos de cartas
E as diferentes maneiras
De agradar às mulheres,
Etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Skakespeare

Não quero mais saber do lirismo
Que não é libertação.
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Manuel Bandeira
Lirismo de maio

As @ Artérias

As  @ Artérias